Como o senhor viu a lei de reforma do ensino médio?
A reforma foi realizada de maneira apressada e isso prejudica todo o processo. Esse tipo de reforma exige uma discussão adequada, não só de deputados e senadores, mas também de pessoas da área, como educadores.
E a exclusão de história da lista de disciplinas obrigatórias?
Considero um erro absoluto porque a história não está no ensino à toa. A história não serve para as pessoas acumularem informações aos montes, mas para os jovens entenderem a experiência social como algo dinâmico, que engloba transformações. Estudamos as diferentes épocas para entender como as sociedades se organizaram, se transformaram e mantiveram algumas tradições.
Num momento em que muita gente renega a política, a retirada de história pode acentuar essa tendência?
Com certeza traz grandes prejuízos. Dá impressão de que as coisas ficam fora do tempo e não podem mudar. A perda de possibilidade de que a sociedade se transforme é muito grave para os jovens.
E a possibilidade de a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deixar de lado o ensino da antiguidade?
E a possibilidade de a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deixar de lado o ensino da antiguidade?
Penso que a história estuda diferentes épocas e diferentes sociedades. As antiguidades certamente devem permanecer no currículo, junto com outras sociedades e outras épocas. A antiguidade não é o ponto de partida, mas é uma importante referência no estudo da história.
Fonte: O Globo
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