Retirar história das disciplinas obrigatórias é 'erro absoluto'

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SÃO PAULO — Professor titular de metodologia da História na USP, Marcos Silva acredita que a retirada da história da lista de disciplinas obrigatórias no ensino médio trará grande prejuízo para a sociedade, principalmente para os mais jovens. Na avaliação de Silva, a exclusão inibirá transformações sociais. O professor defende, ainda, a manutenção do estudo da antiguidade na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que está sendo discutida pelo Ministério da Educação.

Como o senhor viu a lei de reforma do ensino médio?
A reforma foi realizada de maneira apressada e isso prejudica todo o processo. Esse tipo de reforma exige uma discussão adequada, não só de deputados e senadores, mas também de pessoas da área, como educadores.
E a exclusão de história da lista de disciplinas obrigatórias?
Considero um erro absoluto porque a história não está no ensino à toa. A história não serve para as pessoas acumularem informações aos montes, mas para os jovens entenderem a experiência social como algo dinâmico, que engloba transformações. Estudamos as diferentes épocas para entender como as sociedades se organizaram, se transformaram e mantiveram algumas tradições.
Num momento em que muita gente renega a política, a retirada de história pode acentuar essa tendência?
Com certeza traz grandes prejuízos. Dá impressão de que as coisas ficam fora do tempo e não podem mudar. A perda de possibilidade de que a sociedade se transforme é muito grave para os jovens. 



E a possibilidade de a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deixar de lado o ensino da antiguidade?
Penso que a história estuda diferentes épocas e diferentes sociedades. As antiguidades certamente devem permanecer no currículo, junto com outras sociedades e outras épocas. A antiguidade não é o ponto de partida, mas é uma importante referência no estudo da história.


Fonte: O Globo

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